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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O líder ganhando a confiança dos seus liderados

Quando se trata de crianças, não há outra maneira de conseguir desenvolver bem qualquer trabalho: deve-se ganhar, antes de tudo, a confiança delas. As crianças não querem saber se suas intenções, habilidades ou formação são excelentes; para elas, não importa se você se esforça bastante, se há muito desgaste físico, se é caro ou não, o que realmente importa é a confiança que ela tem em você, ou não... Quando você consegue isso, consegue qualquer outra coisa.
Para ganhar a confiança de uma criança, não se deve ser autoritário, ríspido, muito sério sempre ou fechado. Não se deve chantagear, ameaçar, amedrontar. Devemos sempre nos lembrar do ambiente em que estamos trabalhando, a igreja. Para lá vão muitas crianças por diversos motivos. Algumas crianças vão à igreja porque seus pais as obrigam, porque querem sair de casa por um instante, porque querem ganhar algo material, para encontrar outros coleguinhas... porque gostam. Como se vê, são muitos os motivos, e fica difícil querer atender a todos eles, até porque alguns não merecem atendimento. Então, por alguns momentos, esqueça todos esses, tente criar na igreja um ambiente diferente, recrie-o, transforme-o em um lugar em que todas elas se sintam à vontade. Se elas são muito barulhentas, conversam bastante, gritam, e riem, e falam na hora errada, isso é muito bom, na verdade isso é excelente! Por quê? Porque demonstra que elas estão à vontade. Agora, claro que você vai organizar, padronizar todos os eventos para que eles aconteçam em momentos oportunos e aproveitáveis. A primeira coisa que se deve fazer é estabelecer uma rotina.
A rotina, como qualquer trabalho que se faça com criança, é essencial. Ela deve saber o momento em que deve, primeiramente, chegar, onde deve sentar, quando deve se levantar, falar, beber água, ir ao banheiro, ouvir e ir embora. Isso são costumes que a levarão a entender que, em qualquer lugar, haverá sempre um padrão de regras a ser obedecido. Isso são regras de atividades sociais que ela deve saber.
Bom, se você chegar pela primeira vez e dizer que todas elas devem fazer isso, aquilo, mais isso, mais aquilo, não pode isso, não pode aquilo, elas não vão lhe dar a mínima atenção. Não vão entender nada. Simplesmente, porque não é dessa forma que se ganha a confiança delas.
Para um primeiro contato, tente trazer algo que quebre a rotina que elas já têm. Uma história, por exemplo. Mas não uma história lida, chata, mas uma história memorizada e ensaiada, usando o corpo, os braços - elas adoram ver você se mexendo, mexendo os braços, as pernas, a cabeça, porque são momentos de descontração, e isso combina, enche os olhos delas -, fazendo surpresas etc. e tendo uma premiação no final. É interessante que elas riam, pasmem, fiquem curiosas, perguntem, interrompam, porque prova que há interação, e com criança não há monólogo, nem quando se reclama. Com um tempo se consegue alguns minutos de atenção total, mas apenas alguns minutos. 
Traga uma caixa, mas uma caixa grande, mas que seja espantosamente grande, ornamentada, caso você tenha um grupo muito diversificado em idade e em atenção, isso certamente prenderá a percepção de todos pela curiosidade. Tente, a partir daí, instigá-las a ficarem mais e mais curiosas. Pergunte a elas sobre a caixa (inicialmente, faça  perguntas cujas respostas sejam sim ou não, é ou não é, perguntas com respostas fechadas para que todos respondam igualmente; em seguida, perguntas mais abertas, cujas respostas sejam bem mais diferentes, e aí alguns se destacarão, e todos ficarão envolvidos, ou porque são personagens centrais de "um ganhador", ou porque são espectadores de um possível ganhador), deixe-as completamente atentas, todas elas.
Tente ser, neste momento, natural, não faça falsetes com a voz, como se fosse uma criança, pois elas querem ver seu natural, e é desse natural que você se utilizará sempre para qualquer outra atividade. Seja uma pessoa prática; no momento da revelação, seja rápida e clara. Pronto! Primeiro contato feito, elas já conhecem você, sabem que você é legal, divertida etc. Faça bastantes elogios, elas adoram. Na hora de reclamar de qualquer coisa, não grite, usem a técnica que vocês acharem melhor, eu prefiro ficar em silêncio. No fim de tudo, dê a impressão de que, na próxima vez, uma nova coisa acontecerá.
Tente, pelo menos nas primeiras vezes, chegar antes delas, fale com cada uma  - pelo nome, se possível -, principalmente se chegar depois delas, cobre um "Oi!", um "Paz do Senhor!", aperte a mão, dê um beijo. Enfim, mostre carinho e afeto por elas. Inove sempre. Presenteie. Envolva. Ria das palhaçadas que elas fazem. Choque-se com o drama que elas vêm contar: "É mesmo?! Que horrível!!", "Não acredito que fizeram isso com você!" etc.
Bom, é isso aí, pelo menos para começar, depois as coisas vão fluindo. Mas nunca agrida, grite exageradamente, nunca demonstre perder o controle da situação. Se estiver impossível, diga a elas que vai parar, e que, por isso, perderam a surpresa do dia, que era maravilhosa, e vai trazer na próxima semana etc. Nunca faça ameaças que não podem ser cumpridas. E não diga que vai dizer ao pai ou à mãe, para que isso não vire uma coisa banal para elas; falar com os pais, só em último caso. Não toque, não aperte; as crianças têm uma excelente imaginação ao descrever fatos aos pais. E ore para que Jesus dê mais sabedoria e experiência, e aproveite os momentos.

Um comentário:

Sandrinha disse...

Amei, Alex o seu bolg!
Parabéns pelas postagens.
Principalmente em "O líder ganhando a confiança..." muito bom mesmo. Fica na MARAVILHOSA PAZ de DEUS e parabéns!